Discriminação


E quantas coisas cabem no ETC. com que termina a definição dada pelo dicionário...
Diz-me a experiência que, independentemente da sexualidade, da religião, da etnia, do ETC. em que cada um se possa enquadrar, a discriminação resume-se a uma coisa: acontece sempre que alguém se sente mais forte e com capacidade [vide VONTADE] para humilhar quem se encontra numa situação de fragilidade. Por isso, não é de estranhar que inclusivamente dentro de qualquer grupo, qualquer que seja a identificação que o caracteriza, possa existir a discriminação.
A discriminação nasce no momento em que, quando iniciamos o nosso percurso na corrida da vida, não são dadas a todos iguais oportunidades. A discriminação vai crescendo quando, em diferentes momentos, não se premeia o esforço e o mérito de cada um e se privilegia e premeia quem, com iguais oportunidades à partida, pouco ou nada faz. A discriminação alimenta-se da nossa falta de caráter quando nos aproveitamos das fraquezas de alguém para humilhar, para rebaixar, para achincalhar. Que ganhamos em troca? A efémera e falsa ilusão de que somos fortes, de que somos superiores...
Só existe discriminação sexual, religiosa, étnica ou de outra qualquer espécie, quando alguém sente em alguém fragilidades que explora de forma vil e cobarde. Onde está o mérito de bater em que já está no chão? Onde está o valor de quem agride o mais fraco? Grandes heróis...
Por isso, discriminação não se prende com este ou com aquele grupo, mas com a cobardia, com a falta de caráter, com a ausência de respeito pelo outro, que, mais do que seria desejável, caracterizam muitas pessoas.
É tempo de perceber que, mesmo tendo o direito de não gostar de todos, temos também o dever de os respeitar, independentemente das diferenças.